segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Martírio Final


Quando o peito aperta, a alma sai fora da matéria e uma lágrima rola em sua face,
E o pranto jurado pelos mortos se aquece,
Sua vida se torna uma redoma de vidro,
E os bárbaros são apenas simples mortais.
Por que esta agonia desenfreada que há tanto tempo passou por mim? 
Retorno de angústias passadas?
Como pode ser a fragilidade dos seres humanos.
Finda esta dor, estas lágrimas que já não escorre mais pelo meu rosto, escorre pelo meu coração.
Seguro em meus braços o rei sol com seu coração de gelo.
Que aquece sua solidão e queima meu corpo.
E um abismo se cria entre o céu e a terra.
Os deuses diante de ti sussurram e retiram seu semblante.
Vulnerável, sem defesa, com votos de castidade.
Inconsolável dor, desatinada.
Mudanças atroz, desnecessárias.
Um cálice de vinho entrelaçado em minhas mãos derrama-se e espalha somente a solidão.
Chegar ao fim da linha sem crença na morte e uma desesperança na vida.
Andar na corda bamba da razão, num último golpe: insensatez!
Por fim, em fim, a fim da espera de uma resposta que já conheço.
E num gesto bebo meu sangue e sorrio para o horizonte sombrio como uma criança travessa a espera do martírio final.
 Babi Arruda
By Amelia Biagioli

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