quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Caso...


Caso fuja
Não culpe-me por minha impulsividade
Culpe sim, tuas ações
teus momentos de déficit de sanidade
Foram por causa destes que fugi.

Caso briguemos
Não culpe só a mim
Por minha falta de paciência,
Incompreensão
Ou quem sabe, por uma provável falta de educação
Mas também não culpe só a ti
Culpe a nós
Brigamos porque nós quisemos
Ambos
não apenas um.

Caso eu chore
Não culpe-me pela ação
Não é por falta de idade,
Maturidade,
Talvez seja apenas sensibilidade
Mas culpe a si
Por suas grossas palavras
suas farsas
Quem sabe trapaças
ou graças sem graça.

Caso eu sorria
Culpo-te por minha felicidade
Desde que seja sorrisos sinceros
E não forçados,
Amores eternos
E não trocados,
Certos ou errados, tanto faz
É errando que se descobre
Um amor
Não como cobre,
Mas, sim, como ouro.                                                                                      

Moon
By Amelia Biagioli

Sonho Perfeito

Queira estar do lado de quem lhe proporciona felicidade, de quem após uma briga tenta uma reconciliação. Queira estar do lado de quem te respeita te admira, te elogia, e te mostra que o motivo do sorriso dele é você. Queira alguém que corra do seu lado, que te queira bem. Alguém que ao ver sua infelicidade, seus problemas, suas dores… esteja do seu lado para cuidar de você, e dizer: estarei contigo! Precisamos acima de tudo de um companheiro que cumpra esse papel de “companheiro” e que não seja apenas uma pessoa á ser somada em sua vida, que seja alguém que veio para acrescentar, completar.
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By Amelia Biagioli

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Relacionamentos



Relacionamentos são estradas de mão dupla. Há movimento nos dois lados. Se o afeto só vai ou só vem, tem acidente na pista. Portanto, desvie, tome outro caminho. Não insista nos egoístas. Ninguém pode mudar ouvindo somente a própria voz.


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By Amelia Biagioli

Fechado para balanço

Fechou. Fechou para balanço. Esperou o último sair para baixar as portas. Fechou-se como quem sela uma carta, devagar. Lá dentro, um silêncio imenso assentou-se. Olhou para toda aquela bagunça, começou a experimentar uma sensação inédita, começou a enxergar uma certa paz abraçando o seu próprio caos.

Começou a ouvir um som desconhecido. Pela primeira vez na vida ela estava ouvindo a voz de uma amiga antiga, uma voz não, um sussurro baixinho. Pela primeira vez na vida ela escutava a própria voz. Uma voz linda, a quem se arrependia não ter dado mais ouvidos. Começou analisando com calma as receitas e despesas daquele período. Ganhou mais do que perdeu? Investiu mais do que obteve retorno? Acreditou demais em seus sonhos? O amor pede investimentos altos. Você só percebe isto depois que pagou, depois que se deu como garantia.

Um dia a conta vem, já dizia sua mãe. Na conta apertada, nos cálculos que não batem, entendeu que os estragos não tinham sido suficientes para fechar as portas definitivamente, mas quase. Antes de seguir, precisava quitar todas as dívidas, dizer o que ainda estava para ser dito. Mesmo que não fosse mudar nada, mesmo que não suavizasse suas perdas, suas despesas emocionais, precisava dizer. Aquele peso não era só dela para carregar sozinha. “Deixe que ele carregue também alguns dos encargos”, aconselhou aquela voz curtinha.

 Após entender a dimensão do estrago, a fundura para onde suas próprias escolhas cegas a levaram, começou a enxergar que em meio ao caos, também havia estoque. Doze, quem sabe quinze, caixas de amor próprio! Quem diria? Anotou num pedaço de papel uma lista de tudo que poderia lhe salvar, de tudo que tinha sobrado de si.

Anotou ali os poucos amigos que não desistiram da sua companhia e também o seu gosto esquecido pela leitura. Logo abaixo enumerou todas as caixas que continham o que a trazia para mais perto de si: ficar em silêncio ao pôr do sol, tomar vinho enquanto cozinha só para si, massagear os próprios pés assistindo pela quinta vez seu filme preferido. Sim, ainda havia em estoque muito para se descobrir sobre aquela mulher contida.

As portas permanecem abaixadas. Antes de seguir, precisa estar certa de seus próximos passos. Havia uma voz, pequenininha, crescendo e crescendo mais. Fechada para balanço ela se aceitou sozinha, mas não solitária. Estava no lucro. Sozinhos é que descobrimos que às vezes a melhor companhia já mora em nós.

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By Amelia Biagioli