sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quando...



Quando o amor acenar, siga-o ainda que por caminhos
ásperos e íngremes.
E quando suas asas o envolverem, renda-se a ele.
Ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa feri-lo.
E quando ele falar a você, acredite no que ele diz,
Ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos,
Assim como o vento norte devasta o jardim.
Pois, se o amor coroa, ele também o crucifica.
Se o ajuda a crescer, também o diminui.
Se o faz subir às alturas e acaricia seus ramos
mais tenros que tremem ao sol, também o
faz descer às raízes e abala sua ligação com a terra.
Como os feixes de trigo, ele o mantém íntegro.
Debulha-o até deixá-lo nu.
Transforma-o, livrando-o de sua palha.
Tritura-o, até torná-lo branco.
Amassa-o, até deixá-lo macio e, então, submeta-o ao fogo
para que se transforme em pão, no banquete sagrado de Deus.
Todas essas coisas podem o amor fazer para que você
conheça os segredos de seu coração e, com esse
conhecimento, se torne um fragmento do coração da VIDA.

Gibran Kahlil Gibran

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