quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


Em minha vida, tu és planta.
Não as que florescem no jardim
Mas as ervas daninhas que corróem, em silêncio.

Teu silêncio não significa timidez:
É raiva escondida
E em teu peito, um poço de dor
No qual tu mesmo te afogas, em descuido.

Teus olhos tristes, em vez de encanto
Resguardam tendência à destruição
Não dos outros, de ti mesmo.

Por isso em tua casa não pega sol:
Dentro de ti domina o obscuro
O não revelado
O vazio de não se encontrar
Apesar de te buscares por todo o lugar, em vão.

Não estou aqui para cuidar de feridas que não causei
Muito menos para ver-te talhando o próprio peito devagar.
Tua dor virou prece do mal
Que tu entoas, diariamente
Cavando teu desespero.

O amor, em teu peito endurecido,
Apenas bate e volta à sua origem
Não penetra em ti
Porque não acreditas nele.

Muitas vezes, cansado de teu vazio
Tu usas outros corpos
Nos quais te escondes, na madrugada
No intuito de tomar deles
O amor que não tens por ti mesmo.

Para aquele que se perdeu, porque não se procurou em si mesmo.
By Juliana Davi

Nenhum comentário:

Postar um comentário